Os mortos vivos

Hoje eu tive um sonho mais para pesadelo. O começo não tinha nada de original: igualzinho aos filmes de terror com mortos vivos. As pessoas se contaminavam por contato e iam apodrecendo.

Num determinado momento minha filha foi contaminada e eu precisava realmente descobrir como enfrentar o problema. Descobri que se ela se mantivesse o tempo todo ativa, a “condição” não evoluía. Mas se parasse, re-começava a apodrecer. Um casal de médicos contaminado aprendeu isso.

Ando muito preocupada com o apodrecimento das pessoas. A cada vez que sai algo na mídia sobre a minha história, recebo vários e-mails e mensagens de pessoas apodrecendo, pedindo ajuda. Penso que esse sonho é isso, minha sensação de impotência diante de uma legião de contaminados por um mal social incurável que os torna mortos-vivos, pessoas em apodrecimento, cujo único controle é o movimento.

Só que no fim do sonho eu sentia uma coceira dolorida no pé, coçava, abria uma ferida e dela saíam baratinhas. Eu apertava como uma espinha e mais baratinhas saíam. Depois baratas maiores.

No meu caso não basta só andar: já há uma colônia de criaturas carniceiras trabalhando na reciclagem do que já morreu. E pior: não pode dormir.

Vigília.

 

 

 

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