- Hoje eu opto por separar uma parte do meu tempo para dar meu apoio a empresas que eu considere boas e éticas. Eu observo, analiso e, se eu julgar que o produto/serviço é bom, eu ofereço meu apoio sem condição de reciprocidade. Não quero patrocínio ou parceria: quero a liberdade para apoiar e, assim, ser um ponteiro para a comunidade. Sinto que assim eu contribuo muito mais para que empresas e projetos empresariais benignos consigam se implantar do que de qualquer outra forma.
- Do mesmo jeito que eu denunciei e vou denunciar mais ainda a Mamut e o Joathan, contando a história inteira, eu agora escrevo recomendações detalhadas para as empresas que merecem. Descobri um novo prazer em fazer isso. É muito gostoso escrever verdades boas sobre alguém bom.
- Pouco antes do pesadelo Mamut, que, concordo com meu namorado, foi dez vezes pior por ter sido diabolicamente manipulativo, usando, com frases bem pensadas, meu compromisso com o esporte e minha relação visceral com ele para obter minha cooperação rápida e infinita, pessoas que se diziam meus amigos obtiveram meu serviço gratuito de forma igualmente manipulativa. Isso é corrosivo e tira nossa capacidade de investir em sonhos. Resolvi, como terapêutica, apoiar pesado os bons profissionais meus amigos. A terapia funciona: o horror, a manipulação e o diabólico não desaparecem. Mas o ético, o belo e o bom têm muito mais brilho.
- Eu não sou boa em farejar gente escrota. Então eu decidi terceirizar essa necessária atividade na vida: conto com alguns amigos que por profissão ou talento sabem detectar o sujo muito rapidamente.
Quando eu comecei a aplicar estes princípios, a realidade adquiriu outro aspecto sob este novo filtro. Também descobri que o processo se auto-alimenta: eu não tenho nem paciência para observar brigas. Mas quando vejo algo positivo, faço questão de detalhar o que há de bom.
Outro efeito colateral é a capacidade de sentir felicidade e emoção com a conquista dos outros (como uma espécie de reação alérgica a sentir depressão e ódio com a delinquência alheia). As vitórias das pessoas me fazem mais feliz do que antes.
Dessa experiência, deixo algumas recomendações:
- A não ser que o patrocínio oferecido seja substancial e que faça uma diferença brutal na sua vida, não pense nisso por enquanto. Quanto mais as pessoas toparem dar seu apoio em troca de dois potes de whey, pior será o processo de aprendizado do mercado sobre o funcionamento do marketing esportivo. Para ensinar as empresas a fazer bom patrocínio e tirar proveito da relação de patrocínio, é preciso que passemos por uma fase de abrir mão dele sempre que possível.
- Quando você achar muito bom um produto, não deixe de compartilhar sua avaliação da forma mais pública e formal possível: mande um elogio para a empresa, dê estrelinhas na página dela, escreva uma recomendação e compartilhe seu conteúdo. Isso faz bem para você, para a empresa e para o mercado. Muitas vezes, para uma empresa pequena, é a diferença entre vencer e falir.
- Apoie os profissionais que fazem bom serviço. Indique-os. Fale deles. Ajude a construir a reputação de bons médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, advogados, entre outros das profissões liberais. Denuncie os que denigrem as profissões e/ou lhe prejudicam, mas o ideal é conseguir fazer mais elogios do que reclamações.
- Com todas estas coisas boas, você se sentirá mais fortalecido quando tiver que reagir à delinquência. Nesse caso, analise todas as possibilidades e dê o golpe mais letal possível. Lembre-se: jamais aponte uma arma se não for para matar.